Elevada incidência de anormalidades cromossômicas numéricas detectadas por FISH multicentromérico em pacientes com mieloma múltiplo, Chauffaille Maria de Lourdes L. F, Ribeiro A. Jr. ; Yamamoto Mihoko; Rodrigues M. M.; Almeida M. S.S.; Ribas Christian; Calheiros L.A.; Colleoni G.W.B. Bras Patol Med Lab • v. 43 • n. 1 • p. 17-23 • fevereiro 2007.
O mieloma múltiplo (MM) é neoplasia clonal de célula ß, que se caracteriza pelo acúmulo de plasmó-citos produtores de imunoglobulina. A sobrevida dos pacientes acometidos por MM varia de alguns meses a vários anos, o que traduz a grande heterogeneidade da doença.O MM é atualmente considerado uma doença incurável, apesar dos avanços no tratamento, entre os quais se destaca a alta dose de quimioterapia seguida por transplante autólogo de células tronco hematopoéticas.
Os estudos cromossômicos em MM são, até certo ponto, limitados devido à difi culdade na obtenção de metáfases, já que os plasmócitos malignos apresentam, via de regra, baixo índice mitótico.A análise do cariótipo por banda .G permite a detecção de 20% a 50% de casos anormais.Pelo método da hibridação in situ por fluorescência (FISH), os diferentes cromossomos podem ser enumerados e é possível detectar alta incidência de anormalidades numéricas com o uso de sondas multicentroméricas. O objetivo deste estudo foi detectar alterações cromossômicas numéricas (com auxílio de sonda multicentromérica), e alterações estruturais, como a translocação t (11;14), deleção 13q14, correspondente ao gene RB1, deleção 17p13.1, correspondente ao gene P53, e rearranjos envolvendo IGH (14q32.3) por FISH interfásico, em amostras de medula óssea de pacientes com diagnóstico de MM provenientes de hospital público, para correlacioná-las com alguns aspectos clinicolaboratoriais.
O aparecimento das alterações cromossômicas no MM está relacionado aos rearranjos gênicos, que provocam a produção das proteínas responsáveis pela proliferação celular e pelo bloqueio da apoptose dos plasmócitos. A literatura apresenta o envolvimento das translocações (13q14 com o gene RB1; 17p13 com p53; 14q32 com IGH; e 11q13 com ciclina D1), demonstrando a importância de se conhecer as alterações cromossômicas e suas relações com o gene e/ou as proteínas anormais que aparecem na doença.
Neste estudo foram caracterizadas as alterações gené-ticas por FISH multicentromérico, com foco nas alterações numéricas, e utilizando-se sondas lócus específi cas para as aberrações mais freqüentemente encontradas na doença, em um grupo de pacientes com MM em estágio avançado, ainda que recém-diagnosticados.
Foram estudados 34 pacientes com MM em estágio avançado, ainda que recém-diagnosticados, 97% dos quais apresentaram anormalidades numéricas detectadas por FISH, sendo 75% hiperdiplóides, 18% hipodiplóides e 3% tri/tetraplóides. Em relação às demais anormalidades, a deleção 13q foi encontrada em 30% dos casos e o rearranjo
IGH, em 25%. Agrupando os pacientes com hipodiploidia e com deleção 13q14 (grupo desfavorável) e comparando-os com os demais (grupo não-desfavorável), houve tendência a pacientes jovens no grupo desfavorável (p = 0,06) e níveis de hemoglobina (Hb) signifi cativamente mais baixos (< 8,5 g/dl, p = 0,03).
P.S= Estou correndo contra o tempo :)
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