3 de junho de 2011

8º Fichamento

Diphyllobothrium latum: relato de caso no Brasil, Emmel V.E; Inamine E.; Secchi C.; Brodt   T.C.Z.; Amaro M.C.O.; Cantarelli V.V.; Spalding S., Rev. Soc. Bras. Med. Trop. v.39 n.1 Uberaba jan./fev. 2006




  Difilobotriose é causada em humanos pela infecção com vermes adultos do gênero Diphyllobothrium adquiridos pelo consumo de peixe cru ou mal cozido. Diphyllobothrium latum foi confirmado pelo exame dos proglotes grávidos e típicos ovos operculados nas fezes. O paciente havia comido crustáceos e peixes. É o relato do primeiro brasileiro infectado.
  A difilobotriose ocorre em áreas onde lagos e rios coexistem com o consumo humano de peixe cru, mal cozido ou defumado. Estas áreas são encontradas na Europa, Rússia, América do Norte e Ásia. Somente dois países na América do Sul, Chile e Argentina, reportaram casos de difilobotriose por D. latum. O D. latum é endêmico nos lagos e deltas não poluídos do hemisfério norte e o D. pacificum ocorre na América do Sul.
  Uma grande variedade de parasitas tem sido identificada em peixes crus. O crescimento da população de mamíferos marinhos, particularmente focas e leões marinhos no oceano Pacífico e Atlântico norte, está relacionado ao aumento da ocorrência de parasitas de peixes. Também o aumento das infecções marinhas está associado à distribuição mundial e ao aumento da popularidade da ingestão de alimentos marinhos ingeridos crus.
  A difilobotriose é caracterizada por distensão abdominal, flatulência, dor epigástrica, anorexia, náuseas, vômitos, astenia, perda de peso, eosinofilia e diarréia após 10 dias do consumo de peixe cru ou mal cozido. Uma complicação peculiar dessa helmintose é o desenvolvimento de anemia microcítica e megaloblástica, principalmente em pessoas geneticamente susceptíveis, usualmente de origem Escandinávia, pois o parasita adulto tem a capacidade de absorver intensamente a vitamina B12 no intestino do hospedeiro com prolongada infestação. A maioria das infecções são assintomáticas.

  O risco zoonótico da infecção humana por Diphyllobothrium sp está diretamente relacionado com o hábito de consumo de peixes crus, insuficientemente cozidos ou defumados. Diante deste risco, é necessário ampliar os estudos que permitam esclarecer os distintos aspectos que favorecem a infecção do homem, como também, o que ocorre no ciclo evolutivo na natureza, no qual, pelas complexidades das cadeias tróficas marinhas, persistem numerosas incógnitas sobre os hóspedes naturais e paratênicos do Diphyllobothrium sp. Assim, a utilização de novas metodologias para o estudo filogenético e molecular dos distintos estágios do cestódeo e dos hospedeiros intermediários, especialmente os peixes de interesse comercial envolvidos nas infecções humanas, se fazem necessária.

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